No final da década de 70, a empresa Johnson & Johnson do Brasil resolveu implantar um programa de recuperação para seus funcionários, procurando Centros de Tratamento que utilizassem o Modelo Minnesota como abordagem terapêutica, que era referência americana, devido aos resultados satisfatórios obtidos com essa abordagem. Em parceria com John Burns & Liliana Burns, em 1982, é fundada no Rio de Janeiro o primeiro Centro para Tratamento de Dependência Química Vila Serena, cuja metodologia segue as orientações da Fundação Hazelden de Center City, Minnesota, Estados Unidos. Em sua consolidação no país, Vila Serena adaptou à realidade brasileira o modelo americano Minnesota, referenciado nos 12 Passos dos Grupos de Ajuda Mútua Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos. As primeiras empresas que utilizaram o serviço do Vila Serena , encorajadas pela Johnson & Johnson, foram: Caterpillar, Dow, Monsanto, MWM, Sabesp e Eletropaulo.

Nossa História

O Vila Serena Bahia nasceu através do processo de motivação das assistentes sociais e terapeutas de família Moema Britto Raquelo e Júlia Damiana de Souza Nascimento. Importante contextualizar a junção dessas duas profissionais. Moema em 1983, ainda graduanda de Serviço Social na Universidade Católica do Salvador, era estágiaria na COELBA (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia) e escolheu como tema de seu trabalho de conclusão de curso a temática de alcoolismo e suas repercussões no âmbito familiar e profissional. Naquela época, não era um tema muito recorrente e era ainda envolvido de grande preconceito. Seu grande desafio seria achar um profissional, tanto na UCSAL como na COELBA, que lhe supervisionasse. Após várias tentativas, que a mesma desistisse do tema, a assistente social Júlia Damiana aceitou ser sua supervisora, falando: “Vamos aprender juntas”. Durante o estágio, foi identificado índices significativos do impacto que o uso abusivo de álcool e outras drogas causavam na dinâmica familiar, no ambiente profissional e nas demais aéreas da vida do dependente químico. Após concluir o estágio, Moema foi contratada pela COELBA e juntamente com Júlia implantaram o Programa de Prevenção e tratamento de dependência química na empresa. Nessa época, Júlia conheceu e fez uma visita técnica à Vila Serena Rio de Janeiro e passou a fazer o Pós-Tratamento dos pacientes da Bahia, que se tratavam naquele Centro. A propaganda “boca a boca”, começou a funcionar, havendo uma grande demanda de familiares, fora do âmbito da COELBA, que começaram a procura-las na busca de tratamento. Em 1991 decidiram implantar uma clínica de tratamento ambulatorial, chamada Reviver, e, após a jornada de trabalho na COELBA, atendiam esses familiares e pacientes na clínica, que funcionava no bairro do Itaigara, em Salvador. Após a saída de um dos sócios, a clínica passou a ser chamada AGIR. Os resultados obtidos eram bastantes significativos, mas também serviram para demonstrar que existia um percentual de pacientes que não respondiam bem ao tratamento ambulatorial e que necessitavam da internação.

Na Bahia os recursos existentes, na época, se restringiam aos hospitais psiquiátricos ou ala de desintoxicação nos hospitais gerais. Nas instituições psiquiátricas, a abordagem terapêutica era basicamente medicamentosa e os pacientes ficavam quase que institucionalizados, devido aos índices de reinternação. Idealistas e inconformadas com esse tipo de tratamento, decidiram que precisavam buscar outras alternativas para esse perfil de paciente. Ao procurar outros recursos terapêuticos no Brasil, decidiram fazer estágios na Vila Serena, Rio de Janeiro e São Paulo. Após estágios e vivências, ficaram encantadas com a metodologia do tratamento, o envolvimento dos pacientes (residentes), familiares e profissionais das empresas durante todo o processo da internação e Pós-Tratamento. Outros aspectos que as encantou foi que as medicações eram prescritas no mínimo necessário, o que possibilitava o residente participar de forma integral e atuante das atividades terapêuticas. Enfim, o que observaram era a existência de uma relação de parceria dos pares envolvidos, na busca de construir um processo de recuperação com o envolvimento de todos. Sendo assim, com espíritos humanísticos, empreendedoras e comprometimento com a problemática da dependência química, decidiram dedicar-se de forma integral ao tratamento de pessoas portadoras de dependência química. Em 1995, pediram demissão da Coelba, através do incentivo do PDV e neste mesmo ano, junto a mais duas diretoras, implantaram e inauguraram a Vila Serena Bahia. Desde então, incansavelmente, vêm investindo em suas capacidades profissional e de desenvolvimento, contando com uma equipe de profissionais qualificados e comprometidos, além de uma estrutura física agradável e repleta de natureza. Nosso objetivo é propiciar aos pacientes (residentes) um tratamento, como preconiza a Organização Mundial da Saúde e o Vila Serena Franchising, com uma abordagem humanística, psicoeducativa e tendo como protocolo de tratamento o Modelo Minnessota. A missão da Vila Serena Bahia é conseguir, diariamente, melhores índices de recuperação, tanto para o paciente (residente), como para sua família, pois acreditamos na capacidade do homem de ressignificar a sua vida, pois sem dúvida nenhuma “Vale a pena viver”.